Hassan Hajjaj |
Há alguns meses atrás navegando pela internet, conheci o
trabalho deste artista, Hassan Hajjaj, e tive o prazer de via facebook trocar
algumas palavras, na verdade, elogios da minha parte para com a sua arte.
Seu trabalho representa uma crítica a sociedade tanto
ocidental quanto oriental, representada a traves de fotografia, moda e artes plásticas.
Nascido na cidade de Larache, Marrocos em 1961, se mudou
para Londres muito jovem aonde teve contato com o hip-hop, reggae, e a vida
noturna londrina, que o influenciou artisticamente junto com a sua herança do
norte da África.
No final dos anos 80, ele começou a fotografar em estúdio os
seus amigos, músicos, artistas e pessoas desconhecidas usando roupas desenhadas
por ele. Uma combinação de fotografia de
moda contemporânea e pop art, fez com que seu trabalho chamasse atenção da mídia
e público, impulsionando uma reflexão das influencias e tradição da interpretação
das marcas e seus efeitos no capitalismo global.
Desde então, Hajjaj expôs suas obras em diversas galerias
pelo mundo, e recebeu vários prêmios.
Aos 53 anos de
idade, apresentou sua série chamada “Kesh Angels”, a qual chamou a minha atenção
para o seu trabalho.
Segundo o
artista, a idéia para essa série começou, quando ele tinha 20 e poucos anos e
voltou para o seu país, Marrocos, para trabalhar como assistente de fotógrafo
em uma revista de moda.
Ao chegar em
Marrocos, o fotografo se sentiu frustrado, ao ver que sua terra natal era usada
apenas como cenário para fotografias de moda ocidental, e isso o impulsionou a
trabalhar seu país como tema principal em seu trabalho.
Nas fotos, as
modelos (muitas amigas do artista e não profissionais), vestem a vestimenta
tradicional do país, mas criada com tecidos modernos, e alguns com logos de
marcas importantes, principalmente na cultura ocidental.
Seu cenário
é composto com móveis feito pelo próprio artista a través de materiais reciclados.
Motocicletas são usadas na maioria das fotos, pois segundo Hajjaj, o transito em
Marrocos é muito complicado, e a motocicleta é usada pela maioria da população,
fazendo parte da cultura atual do país.
As molduras de suas fotos foram criadas com objetos que ele
achava no mercado, como latas de refrigerantes, peças de Lego, latas ou caixas
de caldo de galinha,... a sua proposta era usar a repetição dos rótulos em um
contexto humorístico, mas também para criar padrões repetitivos que evocasse os
mosaicos de Marrocos e um contexto moderno.
Seu trabalho é mais uma prova de que arte, cultura, moda e política
fazem parte de uma mesma teia, aonde juntas representam o comportamento social
atual.
Logo a baixo coloco algumas imagens de seu trabalho, todas
retiradas da internet.
Kesh Angels, 2010/1431, Edition of 7, Metallic Lambda Print on 3mm White Dibond, 39.8h x 54.17w in / 101h x 137.6w cm |
M., 2010/1431, Metallic Lambda on 3 mm white Dibond, edition of 7, 52.36 x 36.85 in / 133 x 93.6 cm |
Love Maroc, 2010/1431, Edition of 7, C-Type on Fuji Crystal, 39.98h x 52.28 in / 99h x 132.8w cm |
Ilham, 2000 - 2007, Edition of 7, Digital C -Print, 36.8h x 51.8w in / 93.5h x 131.6w cm |
Hamid and Peace (Lovers), 2000/1421, Giclee Print with Acrylic Painted Tire Frame, 24h x 18w in / 61h x 45.7w cm |
LV Posse, 2010/1431, Edition of 5, C-Type Print mounted to Dibond with Subframe, 39h x 53w in / 99.1h x 134.6w cm |
Hamid's Back, 2006, C-Print on Paper, edition of 7, 53.5 x 41. 33 inches /135.9 x 105 cm |
Dotted Peace, 2000, C-Print on Paper, edition of 7, 53.5 x 41.33 in / 135.9 x 105 cm |
Hassan Hajjaj 'Kesh Angels Installation View |
Feet Ball, 2006, C-print on Paper, edition of 10, 33.07 x 42.9 in / 84 x 109 cm |